segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Luta Antifascista Hoje


O fascismo é o regime político que vigorou na Itália dos anos 20 até o fim da II guerra mundial, e teve e tem variações espalhadas por vários cantos do mundo: o nazismo na Alemanha, o franquismo na Espanha, as ditaduras militares no Brasil e América Latina, a vertente de “esquerda” que vigorou na URSS e leste europeu, etc. Este regime foi/é caracterizado pelo acentuado autoritarismo e hierarquização em todos os níveis da vida social, através de ditaduras militares, estado policial totalitário, criminalização de movimentos populares, submissão total dos trabalhadores perante os patrões, controle pleno do pensamento, imprensa e educação pelos burocratas dos partidos dirigentes, e ao contrário do que pode parecer a luta antifascista continua completamente atual.
Como todo projeto político/ideológico, o fascismo também tem seus braços espalhados por amplos setores da sociedade, disseminando “valores” como o racismo, a intolerância, a xenofobia nacionalista, a homofobia, o machismo, e através destes “valores” busca gerar um cenário favorável à sua própria ascensão definitiva ao poder governamental. No Brasil partidos políticos de extrema-direita como o PRONA, o PNSB (nazista), a AIB (integralista) e agremiações pseudo-religiosas como a TFP (Tradição, Família e Propriedade) defendem o projeto nacionalista/fascista dos setores mais conservadores da classe dominante. Estes grupos da extrema-direita têm incentivado e financiado atentados contra moradores de rua, negros, homossexuais, centros de tradição nordestinas, comunidades judaicas, indígenas, imigrantes latinos e militantes sociais em diversas regiões do país. Estes atos de violência são executados por grupos como os skinheads, carecas do Brasil, white power e outros conjuntos de jovens ligados à estas entidades.
Em São Paulo, maior cidade do país, onde estes partidos possuem suas sedes e maior contingente de militantes, o número de atrocidades praticadas por estes facínoras é enorme, o que logicamente têm levado o proletariado a organizar-se e a partir para o enfrentamento a estes canalhas. Em 2000 o adestrador de cães Edson Néri, homossexual, foi espancado até a morte por um grupo de skinheads nazistas, causando grande comoção e revolta por parte da população. Desde então o Movimento Anarco Punk/MAP vem realizando o ato Fevereiro Anti fascista, que a cada ano tem ganhado mais força com a adesão de movimentos de negros, homossexuais, sem teto e vários outros setores do proletariado.
Aqui em Dourados, podemos notar de forma mais escancarada a presença fascista na exploração, humilhações, rapina e assassínios a que os povos indígenas vêm sendo submetidos por latifundiários, burgueses e governantes. E como se não bastasse, grupos de jovens que reivindicam para si o rótulo de nazistas tem tomado corpo em nossa cidade, espalhando sua mensagem de intolerância e discriminação. Contra isto estivemos panfletando nas ruas em fevereiro, e continuaremos dia a dia, esclarecendo a população e buscando apoio e adesão para o fortalecimento desta luta também aqui na nossa região.
Faça também parte desta empreitada combatendo o preconceito em todas as suas formas, e estando atento a movimentações da escória conservadora. Organize-se em seu bairro, escola e local de trabalho para discutir este tema com seus amigos e companheiros. Sendo o fascismo um agravamento do regime da exploração dos trabalhadores pelas classes dominantes, é só com a superação destas mesmas classes que podemos nos ver livres desta funesta ameaça.


Por aqui eles não passarão!




* publicado na edição de Março/Abril de 2009 do jornal O Libertário, informativo do PAEM.