segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Parece que a noiva é a mesma, e o penteado também...

As eleições 2010 vêm se aproximando e os partidos da democracia burguesa já se apresentam aos holofotes, trazendo como estrelas velhos conhecidos: Zeca do PT, latifundiário que governou o MS por 8 anos, e André Puccinelli, latifundiário atual governador. Entregando-se loucamente aos chamegos e conchavos típicos de campanha os dois grupos já estão em pleno vapor na disputa.

O PMDB de Puccinelli costurou uma aliança com toda a nata ruralista do estado, leia PSDB e DEM, mesmo, nacionalmente, sendo os maiores parceiros do governo petista de Lula. Ancorada no poderio financeiro do agronegócio e na implantação de dezenas de usinas de cana-de-açúcar em sua gestão, a coligação Puccinelli têm liderado as pesquisas, utilizando como propaganda principal a inauguração de placas pra qualquer serviço realizado pelos órgãos públicos do MS. Nos últimos anos, em seu governo, os latifundiários têm atravancado processos como a demarcação das terras indígenas com maior facilidade, além de estarem implantando, sem debate com os setores populares, uma infinidade de usinas sucro-alcooleira e estendendo a permissão de práticas como as queimadas de cana.

Já Zeca do PT vêm com seu manjado discurso populista, utilizando-se de resquícios da participação petista em movimentos sociais ao mesmo tempo que filia-se ao “Sindicato Rural” e segue comprando terras. O PT fechou aliança com seus tradicionais apoiadores, como o PSB e os pelegos do PCdoB e, encontrando-se sem grandes referenciais, após o desgaste de seus principais nomes em escândalos como Sanguessugas e Owari, teve que ressuscitar a figura de Zeca como candidato. Na prática defende o processo sucro-alcooleiro e faz coro com o agronegócio, apesar da maquiagem que vêm tentando imprimir ao seu discurso.

O que poderia ser chamado de “último bastião da esquerda reformista eleitoral” aqui no estado, o PSOL, devido à sua diminuta influência não conseguiu nem a adesão de seus sempre aliados do PSTU, demonstrando todo o fracasso de sua proposta de crítica por dentro do sistema.

Esta conjuntura serve apenas para reafirmarmos nossa convicção de que só a luta popular pode gerar reais transformações, no sentido de justiça e igualdade social. Estas maquinações de disputas da direção da máquina estatal, apesar do que prega a mídia burguesa, não é a única via para a participação política das pessoas e, na realidade, acaba sendo um eficaz meio para impedir tal participação. Reduzindo as alternativas unicamente à via institucional a burguesia e seus partidos querem apresentar o Estado como uma instância neutra, onde depende unicamente de quem está no governo para que funcione pelo “bem de todos”, quando na verdade o mesmo Estado é o maior instrumento de manutenção das atuais relações de domínio, sendo a principal ferramenta para burgueses e latifundiários impor seu projeto de sociedade aos trabalhadores e os outros setores afastados do centro de poder.

A melhor resposta, no nosso entendimento, que nosso povo trabalhador no MS pode dar ao agronegócio e seus políticos é o fortalecimento da organização popular. Aprofundar o processo de retomada dos trabalhos de base nos movimentos populares, nos locais de trabalho, moradia e estudo, enfatizando o fato tão latente de que independente de que grupelho ocupar o cargo, é só com muita luta que conseguiremos garantir a implantação dos anseios populares como uma real Reforma Agrária e uma transformação das cidades em benefício da maioria da população - os trabalhadores e moradores de periferia.

Convidamos todos os militantes, ativistas e pessoas interessadas para unirem-se nesta outra campanha, não por votos, mas por fortificação de nossa classe oprimida, onde pretendemos levantar e ampliar o debate sobre uma alternativa de poder popular para se contrapor à política dos ricos e seus partidos.



Nem Zeca! Nem André!

Organização e Luta Popular!

Viva a Anarquia!!